Vez ou outra uma peça clássica ganha os holofotes e volta a ser uma tendência. No Inverno 23 temos alguns exemplos como o Trench Coat, peça que está em alta mas que, na verdade, é atemporal, daquelas que vale a pena ter no closet.

Os modelos mais clássicos de trench coat são acinturados e têm uma faixa, que geralmente é um cinto de tecido, além abotoamento duplo e transpassado. Porém hoje é possível encontrar trench com abotoamento simples e até com fechamentos por zíper. Eles podem ter comprimento acima ou abaixo do joelho.

Como geralmente são feitos com tecidos mais leves do que os sobretudos, podem ser tranquilamente usados em clima de meia estação. Muitos modelos são feitos com tecidos impermeáveis, o que os tornam ideais para os dias chuvosos. Por ter um ar mais elegante e sofisticado o trench coat pode ser usado sozinho, como um vestido.

A história do trench coat é antiga. Por volta dos anos 1820 já existia um casaco parecido, chamado de “mac” e desenvolvido por Charles Macintosh. Os “macs” eram feitos de um material emborrachado e impermeável, que protegia da neve, da chuva e do frio. O problema é que o material não era respirável e o tecido tinha um odor nada agradável.

Em 1853 John Emary, dono da empresa Aquascutum, desenvolveu um tecido que também era repelente a água, porém era mais respirável e tinha um odor mais agradável.

Thomas Burberry fundou a sua empresa em 1856 e, alguns anos mais tarde, especificamente em 1876, criou a gabardine, tecido de sarja repelente a água, leve e muito mais respirável e confortável. Ele desenvolveu uma técnica que impermeabilizava individualmente cada fio de algodão e fibra de lã, ao invés do tecido acabado. A gabardine tornou-se a marca registrada da Burberry e em 1895 foi usada para criar o tielocken, uma versão anterior ao trench coat.

O trench coat foi originalmente desenvolvido para uso militar e cada elemento do casaco tinha uso bélico. As dragonas nos ombros, por exemplo, serviam para colocar as insígnias militares ou máscaras de gás, a fivela em formato de “D” era para prender munição e o forro era removível, podendo virar roupa de cama. Até a cor caqui tinha uma funcionalidade, pois facilitava a camuflagem.

O trench coat foi utilizado pelos militares durante a Primeira Guerra Mundial e no pós guerra ele se popularizou, principalmente após a vitória britânica, que consolidou a peça como símbolo de heroísmo e coragem. Os homens usavam trench coat para passar um aspecto viril, mas logo a peça também se tornou queridinha entre as mulheres modernas dos anos 20.

Daí por diante a peça tornou-se um clássico e deixa qualquer produção de outono/inverno elegante.